domingo, 29 de janeiro de 2012

Assistindo Livros: Meia noite em Paris


Esta coluna foi criada para falar sobre livros que foram para a telona ou filmes que tem tudo a ver com literatura, e logo na estréia vou apresentar uma das melhores surpresas cinematográficas que tive ultimamente: Meia Noite em Paris de Woody Allen.

Pra inicio de conversa, preciso confessar que não faço parte da turma superpowerplusfã de Woody Allen. Apesar de gostar de filmes com personagens incomuns e temas alternativos, não consigo engolir clássicos do diretor como Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, ou Poderosa Afrodite ou Todos Dizem eu Te Amo... (não me xinguem).  Sempre fui meio implicante com ele e somente depois de Match Point o diretor conseguiu capturar minha audiência... De lá pra cá, sempre assisto aos filmes do moço e até agora não tenho me decepcionado. (vai ver que é por que são filmes de Woody Allen que não parecem filmes de Woody Allen....kkkkkk)

Esclarecimentos à parte, vamos ao que interessa...

Nosso protagonista aqui é Gil Pender (maravilhosamente interpretado por Owen Wilson), um escritor de roteiros hollywoodianos bem sucedido, mas que atravessa um momento bem turbulento em sua vida profissional e pessoal. Isso por que Gil não se sente satisfeito em escrever histórias medíocres para blockbusters e como fã incondicional dos grandes nomes da literatura, busca encontrar inspiração para terminar seu grande projeto: um livro de verdade! Só que Gil anda meio empacado devido a falta de confiança no próprio talento e pra completar, está às vésperas de seu casamento com Inês (Rachel McAdams), uma típica americana bitolada e chata, que não compartilha de suas ambições culturais. De passagem por Paris, enquanto ele busca cenários e detalhes inspiradores, ela e seus pais (tão idiotas quanto) não se importam com nada além de compras, restaurantes renomados e todo tipo de futilidade.
A paciência de ambos chega ao limite ao encontrarem um casal amigo de Inês. Sabe aquele tipo de cara que faz a linha pseudo-intelectual e se diz especialista em tudo quanto é tipo assunto? E pra completar tem uma mulher que REALMENTE acredita que ele é esse cérebro ambulante? Pois é... de repente o tal casal está presente em toda a programação da viagem e Inês babando pelo “conhecimento” do outro e colocando o próprio noivo sempre na condição de “ouça e aprenda”. Tentando escapar desses programas de índio, Gil sai perambulando pelas ruas de Paris, senta numa calçada (já mais pra lá do que prá cá), e à meia noite um Peugeot antigo para na rua, e um grupo com roupas de época o convida para acompanhá-los a uma festa... E é aí que o filme começa de verdade...

Gil é uma daquelas pessoas que acredita que determinada época era bem melhor do que o agora... Imagine a cara do moço quando se deu conta de que estava em sua época favorita, os “loucos anos 1920”, e na companhia de ninguém mais, ninguém menos que F.Scott Fitzgerald e Zelda Fitzgerald, Ernest Hemingway, Gertrude Stein, T.S. Eliot, Dali, Picasso, Cole Porter e todos os ícones culturais que fizeram de Paris o ponto de encontro dos grandes artistas, pensadores e talentos da época.
O filme já tinha me conquistado com sua abertura com mais de 3 minutos de imagens inesquecíveis da Paris contemporânea, mas nesse momento me ganhou de vez! Primeiro, por que super me identifiquei com Gil... eu também tenho essa mania de pensar “nasci na época errada, devia ter vivido em Paris dos anos 20 ou em Londres nos anos 70” (e também adoro chuva). Segundo por que eu definitivamente AMO Fitzgerald e Hemingway. E terceiro por que tem coisa melhor do que aquela atmosfera artística, onde tudo era inspirador e as farras eram homéricas???? (super me vi no meio daquela confusão toda....kkkkk)
O filme é deliciosamente apaixonante e tem diálogos impagáveis!!! Consegue ser engraçado, comovente, envolvente do começo ao fim e com uma fotografia espetacular. Woody Allen conseguiu retratar com elegância e sensibilidade todas as épocas de Paris, mostrando todo charme e encantos da Cidade Luz . Os figurinos são perfeitos e a caracterização dos personagens famosos idem (pelo menos baseado nas descrições, biografias e fotos existentes)! Uma verdadeira obra de arte com um elenco excepcional!
Tomei a liberdade de inserir um link da Wikipédia no nome de algumas personalidades citadas no filme, por que se você ainda não viu e não faz idéia de quem são essas criaturas, vale a pena dar uma checada rápida. Mas se der preguiça, não se preocupe, não interfere em nada no contexto geral da estória. É apenas uma sugestão uma vez que Woody Allen mistura esses dois mundos de realidade e fantasia tão bem que você acaba viajando no tempo e dá realmente vontade de saber um pouco mais sobre aquelas pessoas.
Gente tem que ver! Pra quem é fã de cinema, literatura, história é um prato cheio! E pra quem procura simplesmente um bom filme pra assistir sem querer seus minutos de vida de volta, pode confiar na dica! 
Dou o braço a torcer pro Woody Allen e admito que o filme é nota 10!

7 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Nossa, amei sua resenha! Já me indicaram este filme, mas meio que pensei: será tão bom mesmo? Agora que li o que você postou, fiquei super interessada.

Obrigada pela dica!

Paty
@celiapatfer

mundo da lua disse...

tenho de dizer q vou seguir sua dica e ver o filme
a historia me ganhou

queria eu ir parar na melhor epoca de Paris.

Paulinha disse...

Gente, vcs vão se apaixonar pelo personagem do Owen Wilson e odiar a Rachel McAdams e vão adorar as farras incriveis que rolam com a turma intelectual mais interessante de todos os tempos... E fiquem atentos a resenha do livro Casados Com Paris que também tem a ver com o tema! Brigada pela visita!

Jéssica Cardoso disse...

Esse filme é muito fofo e encantador, mas não acho que deveria concorrer como melhor filme :/

Taynah disse...

Não vejo Woody Allen como essa Coca-Cola toda tb, mas o que mais gosto dele são as tiradas. Ok, não conheço muita coisa dele, mãããas, gosto muito quando os personagens soltam pérolas que pessoas normais(de filmes) não costumam soltar numa conversa. Sabe quando alguém fala algo e a gente faz um comentário na nossa cabeça e deixa lá? O vô narigudinho externa esse pensamento preso e acho que é isso que deixa tudo mais 'cômico', é como se o interlocutor ficasse sem ação por alguns milésimos de segundos.

Dana Martins disse...

Eu adoro a Rachel McAdams e quero ver desde que descobri que ela tava no filme (mesmo sabendo que ela nem de longe é o destaque). Tava querendo ver agora com o Oscar, mas o carnaval me afastou de qualquer chance. De qualquer forma, com certeza vou ver.
Até pouco tempo eu nem sabia disso de encontrar grandes personalidades e adorei a ideia, tenho muita vontade de ver como é. Eu não sou muito do tipo que acha que nasceu na época errada (não consigo me ver em outra, ou talvez muuito no passado ;x), mas eu adoro quando brincam com isso '-'

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