domingo, 11 de março de 2012

Assistindo Livros: Sete Dias com Marilyn

É impossível pensar em Holywood e não vir à mente uma sequência de flashes com as mais notórias imagens de Marilyn Monroe. Imagens essas que ficaram imortalizadas como ícones de fama, glamour, prestígio e sex appeal. Todas queriam ser Marilyn. Ainda hoje muitas gostariam. Afinal, o que pode ser melhor do que se tornar a diva mais célebre do cinema, com todos os homens aos seus pés e um carisma tão inegável que nem mesmo após 50 anos de sua trágica morte consegue ser esquecida? Muita gente pode realmente pensar assim, mas talvez, a própria Marilyn pudesse ter uma resposta diferente.
E é exatamente esse lado frágil, carente e inseguro de uma das mulheres mais emblemáticas do cinema que temos a oportunidade ver no filme Sete Dias Com Marilyn. Porém, acredite, não se trata de nenhuma biografia da atriz. O filme é na verdade baseado na obra literária de Colin Clark: The Prince and The Showgirl and Me e My Week With Marilyn. Os dois livros são memórias do autor sobre os bastidores da filmagem de The Prince and The Showgirl em Londres de 1956 com Laurence Olivier e Marilyn Monroe, e de como chegou a dividir a cama com a lenda de Hollywood.
De fato, Colin é nosso protagonista aqui, interpretado pelo ator britânco Eddie Redmayne (que fez papéis pequenos em filmes como Elizabeth - A Era de Ouro, A Outra, O bom Pastor e Pecados Inocentes). Um rapaz com então 23 anos, de família britânica abastada e influente, apaixonado por cinema e determinado a deixar tudo para traz e juntar-se à trupe. Seguir seu sonho de fazer parte daquele universo de alguma forma. Esse sonho começa a se transformar em realidade quando consegue um emprego de terceiro assistente (leia-se “pau-pra-toda-obra”) na produtora de Sir Laurence Olivier, que na época já tinha sido agraciado com dois Oscar e partia para produção de um filme mais comercial, que seria estrelado por ninguém mais ninguém menos que ele e Marilyn Monroe que estava no auge de sua fama. A partir daí, temos uma inversão de papéis. Por que o filme que gira em torno da experiência de Colin, de repente parece orbitar ao redor de Marilyn.
Isso por que a atriz Michelle Williams conseguiu exatamente o que Marilyn conseguia fazer perante as lentes das câmeras: ofuscar a todos com sua presença marcante. Michelle conseguiu captar e expressar com perfeição a essência de Monroe: seu jeito de andar, seu olhar, a postura e os gestos lentos e femininos que fascinava a todos. Ela consegue transmitir aquela aura de êxtase de Marilyn. Não, definitivamente, Michelle Williams não é mais aquela garota que fazia uma adolescente problemática em Dawson’s Creek. Particularmente, gosto muito da atriz  que mostrou que sabia atuar desde O Segredo de Brockeback Mountain até o recente Namorados Para Sempre. Mas confesso que fiquei chocada ao vê-la na pele de Marilyn.
Esse foi um dos filmes mais esperados por mim nessa temporada, por que eu realmente queria ver o resultado! Tudo ia contra a atriz escalada para o papel. Desde sua estrutura física franzina e sem grandes atributos, o desafio de cantar, dançar e se transformar de uma “bonitinha sem sal” em uma das mulheres mais sensuais e sedutoras que o show business já viu. Pois bem, Michelle Williams deu conta do recado! Apresentou uma atuação madura e digna de indicação.

Em “Sete Dias Com Marilyn” a diva demonstra todo seu estrelismo gerado por seus medos da pressão de ser Marilyn Monroe. Ao desembarcar na Inglaterra para as filmagens de The Prince and The Showgirl, não consegue enxergar “a verdade” em seu personagem, o que a impedia de atuar com melhor desempenho. Causando sérios conflitos com seu diretor e par romântico no tal filme, Laurence Olivier. Isso fazia com que ela questionasse seu talento e se tornasse depressiva. E reagia a isso chegando ao set no horário que queria e quando queria, trazendo consigo uma professora de atuação que a dirigia mais que o diretor do filme e impondo todas as suas vontades e, ainda assim deixando todos babando e tomando o partido dela. E é num desses momentos de criança mimada que, ao descobrir que Arthur Miller (seu terceiro marido) a deixaria sozinha em Londres, pois se sentia sufocado por ela e todas suas demandas de atenção, ela solicita a presença do jovem terceiro assistente Colin para lhe fazer companhia. Tudo o que acontece a partir desse momento não cabe a mim contar. Só posso dizer que existe uma cumplicidade entre os dois que funciona para cada um de forma diferente. Para ela, uma válvula de escape; Para ele, as boas vindas a vida adulta.


Mas é maravilhoso poder ver que a magia de Marilyn Monroe era ser um grande enigma. Não se sabe se era uma garota frágil vestindo uma capa de mulher fatal ou se era uma grande manipuladora fingindo inocência. Não dá pra saber se a Marilyn das fotos naturalmente sexy era o personagem que ela criou para o trabalho ou se a Marilyn vulnerável que não agüentava a pressão da fama era o verdadeiro personagem para atrair e manipular todos ao seu redor. Eu particularmente acredito que ela era muito esperta, pois sabia das expectativas que seu nome gerava e transformava seus receios e sofrimentos em pedidos de ajuda disfarçados.
Mas voltando ao filme... (Não disse que ela rouba a cena?) As atuações estão impecáveis. Kenneth Branagh como Sir Laurence Olivier, desempenha com perfeição o tormento de ser uma estrela e ter que lidar com outra em prol de um resultado positivo. Julia Ormond que interpreta Vivien Leigh (a atriz que fez Scarlet O’Hara), mostrando um lado esposa ciumenta de Olivier. A maravilhosa Judy Dench e a querida Emma Watson com participações menores, mas exalando talento. E, o figurino é um capítulo a parte, extremamente real e convincente.

Contudo, o sucesso do filme é uma série de momentos corriqueiros, aparentemente sem nenhuma relevância, entre o “Terceiro assistente” e a estrela símbolo sexual mais famosa do mundo. Uma das melhores surpresas do ano para mim. Recomendo!

6 comentários:

Cássia Santos disse...

Que bom que a Michelle Williams tenha dado conta do recado e que o filme seja sucesso por que não deve ser fácil incorporar a Marilyn e eu nem sabia q a Emma Watson participou do filme *-* (mais um motivo pra ver). Beijos e parabéns pelo texto :-)

Taynah disse...

Quero muuuuuito assistir esse filme. Mesmo conhecendo superficialmente sua história, eu sempre me senti atraída pela Marilyn, não sei se pelo lado sexy, frágil ou dissimulado. Sinceramente não passou pela minha cabeça que Michelle Williams conseguiria encenar tantos bons papéis como ela tem feito "ultimamente" (desde Brockeback mesmo).
Enfim, vamos disponibilizar esse filme p/ menos favorecidos, Paula! =P

Luana disse...

Parece ser muito legal esse filme, quero assistir *-*

Luana - Lendo ao Luar

Jéssica Cardoso disse...

Estou a dias para assistir esse filme e nunca crio coragem. Dizem que a atuação da Michelle está ótima mesmo :)

Anônimo disse...

Eu estou com ele aqui no meu HD e sem coragem de ver por medo de me decepcionar, eu amo a Marilyn e adoro a Michelle. Obrigada vc me deu a coragem que estava precisando. hihihi

Lais Yumi disse...

Deu vontade de assistir agora! Vou ver um dia desses... :D

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